Este livro procura instrumentalizar os profissionais da saúde com abordagens da população LGBTQIA+, cobrindo desde aspectos específicos da anamnese e exame físico, até cuidados com pessoas que se encontram em condições de maior vulnerabilidade.
O leitor também encontrará uma lista de responsabilidades e competências para cada profissão e especialidade médica relacionadas à saúde das pessoas com diversidade sexual e de gênero, que o auxiliará na sua prática clínica. Este livro é indicado para clínicos gerais, residentes, docentes, profissionais e estudantes de graduação da área da saúde.
“Ainda não existe uma disciplina obrigatória na grade curricular do curso de medicina sobre esse assunto, mas algumas faculdades já começam a criar disciplinas optativas, dado o interesse. Nós jogamos a temática em sala de aula e os alunos se interessam e querem mais. Mas sentimos falta de referências nacionais sobre a realidade brasileira. O livro surgiu para suprir essa necessidade”, explica o psiquiatra Saulo Ciasca, um dos editores da obra.
O psiquiatra e psicodramatista Saulo Vito Ciasca ainda estava no segundo ano de Medicina na Universidade de São Paulo quando perguntou a um professor: “Por que existem pessoas que, como eu, são gays? Há algum estudo nesse sentido?”
Para entender como se dá a identidade de gênero em crianças e de que forma os pais podem lidar com filhos que não se reconhecem no corpo biológico, o UOL conversou com o psiquiatra Saulo Ciasca, do Ambulatório Transdisciplinar de Identidade de Gênero e Orientação Sexual do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), que também oferece atendimento específico para crianças.
Durante quase todo o período em que cursou Medicina na Universidade de São Paulo, uma dúvida acompanhou – e atormentou – o médico psiquiatra e psicodramatista Saulo Vito Ciasca: será que existem questões de saúde específicas para os gays?
Ao questionar os professores sobre isso, o que recebia de volta é que não havia necessidade de tratá-los de forma diferente, já que todas as pessoas são iguais, e que fazer isso poderia ser considerado discriminação.
“Fazemos um trabalho preventivo para evitar que eles se tornem adultos mais complicados lá na frente”, diz o psiquiatra Saulo Ciasca. Na brinquedoteca, os pacientes ficam livres para pegar os brinquedos e fantasias pelos quais se interessam. Uma personagem unânime que aparece na conversa com os psicólogos, nesse espaço, é a sereia Ariel, do desenho da Disney: com nome ambíguo e corpo de peixe (ou seja, sem órgão sexual aparente), é referência imediata.
A opinião é compartilhada pelo psiquiatra Saulo Ciasca, coordenador de pós-graduação em psiquiatria da Sanar, plataforma de educação médica. “Faz parte do treinamento dos atletas o treinamento psicológico para lidar com essa pressão. A pessoa quer ser catapultada ao estrelato esportivo e ser reconhecida. Há uma pressão para manter esse equilíbrio emocional, a pessoa tem de se blindar para isso”, afirmou.
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